Situação alarmante
Chuva intensa deixa Pelotas debaixo d’água
Média histórica de precipitações em janeiro foi praticamente igualada nos últimos dois dias
Paulo Rossi -
A situação em Pelotas, em meio às chuvas dos últimos dias, é alarmante. Na tarde desta terça-feira (15), nas principais ruas da cidade, a água tomou conta do asfalto e invadiu as calçadas. Os pedestres tiveram que tomar cuidado com os veículos que passavam e ainda com os possíveis buracos nas vias, cobertos pela água, “invisíveis”. De acordo com o departamento de Drenagem do Sanep, desde segunda-feira foi registrada a marca de 116 milímetros de precipitações na cidade, enquanto a média histórica para o mês de janeiro costuma ser de 120 milímetros. E o cenário para os próximos dias é desanimador: o volume acumulado de chuva para quarta e sexta-feira está previsto para acima dos 60 milímetros.
Os pelotenses que saíram de casa rumo ao centro da cidade na tarde de terça-feira se depararam com calçadas e ruas alagadas. Vera Lúcia Freitas, de 63 anos, por exemplo, saiu de casa para ir em uma agência bancária e acabou ilhada em uma oficina mecânica na avenida Ferreira Viana, local onde frequentemente são registrados alagamentos. “O curioso é que alaga só do lado de cá da rua”, relata Luciano Garcia, proprietário do espaço. O lado da avenida a que ele se refere é o sentido bairro-centro, no qual o sistema de escoamento para a água foi pouco em relação ao volume de chuva registrado. Vários veículos ficaram pelo caminho.
Até mesmo quem não saiu de casa precisou enfrentar o problema. A água que não escoou na rua General Neto, entre a avenida Juscelino Kubitscheck e a rua Almirante Barroso, facilmente adentrava a casa dos moradores. O calçamento e o meio-fio ficaram submersos, como na rua Álvaro Chaves. Outros pontos centrais da cidade, com problemas crônicos em dias de muita chuva, também registraram alagamentos, como as ruas Marcílio Dias e Saldanha Marinho e o cruzamento da Santos Dumont com a avenida Bento Gonçalves, impraticável para pedestres ou motoristas.
De acordo com o Sanep, as casas de bomba mantiveram funcionamento normal e as equipes trabalharam na retirada de lixo das grades.
Problema maior
De acordo com a Defesa Civil, o maior problema em função das chuvas é na Colônia de Pescadores Z-3. Moradores informaram a obstrução de um encanamento, o que ocasionou a entrada de água em várias residências. Na praça Olegário Costa, o que ficou da chuva chegou perto de alcançar os galhos das árvores. De acordo com a prefeitura, a Secretaria de Serviços Urbanos e Infraestrutura (SSUI) e a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) compareceram ainda na terça-feira ao local para auxiliar no escoamento.
Diversos pontos do Laranjal também ficaram debaixo d’água, como a rua Herval do Sul. Nos arredores do Pontal da Barra, o nível de água ultrapassava a altura dos joelhos em algumas ruas.
Conflitos
Em vez de esfriar a temperatura, a chuva esquentou o clima na rua Caetano Gotuzzo, no bairro Fragata. Moradores do local fecharam a rua na esquina com a avenida Pinheiro Machado porque os ônibus da linha Gotuzzo, ao passarem pela via, jogavam água para dentro das casas. De acordo com o morador André Nunes, a Brigada Militar esteve no local e houve discussão para a liberação da via, fato não confirmado pela polícia.
Previsão para os próximos dias
De acordo com a Sigma Meteorologia, a previsão de acúmulo de chuva para quinta e sexta-feira deve ficar entre 60 e 80 milímetros. Uma área de baixa pressão se encaminha para o Estado. O caminho percorrido, até se instalar sob a Região Sul e a Campanha, é através da fronteira com o Uruguai, alcançando a costa. Esse fenômeno é causador de um ciclone extratropical e pode deixar o tempo instável.
A sexta-feira é o dia que marca o maior volume de água, segundo o meteorologista Allef Matos. A previsão para o dia aponta chuvas com vento intenso. Os veranistas devem ficar atentos, já que o vento no Litoral Sul será mais forte do que nas demais regiões do estado. Chuí, Laranjal e Cassino são exemplos de locais em que os banhistas irão precisar se manter longe da água da praia. A possibilidade de tempestades com raios não foi descartada.
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